quarta-feira, 15 de junho de 2011


  A um quilômetro dali havia um morro com um grande desbarrancado – a “barreira”, como se dizia lá no sítio. O visconde levou-os para lá. Diante da barreira, parou e sorriu. Os meninos entreolharam-se. Não compreendiam que o visconde encontrasse matéria para sorriso num barranco feio como todos os demais.
- Que gosto é esse, Visconde... perguntou Emília.
- Ah, o sorriso que tenho nos lábios é um sorriso geológico – o sorriso de quem sabe, olha, vê e compreende. Este barranco é para mim um livro aberto no qual leio mil coisas interessantíssimas.
Os meninos olharam para o barranco e de novo se entreolharam com ar de quem pergunta: estará o Visconde a caçoar conosco...."

Monteiro Lobato, em O poço do Visconde

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